6.12.07

Queres saber porque te amo?!

Então eu digo-te:
Amo-te por seres quem és.
Amo-te, por certo que a minha vida és tu...
Amo-te porque...

"...O Miguel levou os três meses de Verão a fugir do mar e a querer entrar no mar, sentia-se feliz e ao mesmo tempo assustado, angustiado e cansado de querer entrar no mar que o assustava pelo cheiro, pelo barulho, pelo frio gelido, pelo chão, pela água que se agigantava cada vez que ele dava um passo em frente, pelos cheiros de cremes bronzeadores, pelos aviões a passar, pelo vendedor de bolinhas de berlim, pelos brinquedos e bolas, pela luz intensa.... Tudo... mas tudo o Miguel sentia e apavorava-o... mas também o chamava... e assustava... e chamava... ao nosso colo ia entrando no mar, com muito medo... a dizer concerteza "não melargues... ai não me largues". Os seus braços davam três voltas ao nosso pescoço, evitando uma queda fatal para o fundo do mar de 50 cm que inundava-nos o joelho. e assustava-o e chamava-o... assustava-o e chamava-o... mais um passo, um pouquinho mais fundo... apertava um pouco mais o nó de braços à volta da nossa garganta e com os seus pés pendurava-se na anca com a força para chegar ao céu... Era evidente para todos naquela praia que o Miguel nunca iria entrar no mar sozinho... houve uma senhora que ia a pensar nisso e o Miguel deu-lhe uma valente chapada nas costas... e o mar... azul... assustava-o e chamava-o... assustava-o e chamava-o... Certo dia em pleno Agosto nas praias de Albufeira o Miguel sentiu haver muito mais-menos gente... mais-menos gritos... mais-menos bolas... e mais-menos brinquedos. Havia alguém que o levava no colo à água, que chamava e assustava, alguém em que ele passou a confiar porque nunca o deixara cair no fundo do mar, deixaram de haver bolas de berlim... os aviões deviam ter mudado de rota... e mar chamava e assustava... chamava e assustava... Em Setembro... com menos 1 milhão de pessoas e mil aviões, sem bolas de berlim e sem cremes bronzeadores, com os meninos a fazer as compras no Hipermercado a preparar a escola com os papás, o Miguel continuava na praia porque o mar continuava a chamar e a assustar, a chamar e a assustar. Setembro... mês das marés vivas, do Mar Grande, mês de ondas Tsunami e areia picante por dentro dos nossos calções, chamou o Miguel que entrou na água sem medo, banhando-se no mar como se tivesse crescido numa cabana perto da praia, deixou-se enrolar... ir e vir... bebeu água salgada!! mergulhou, gritou, deu pontapés na água..."

E ainda mais...
Amo-te porque...

"Aguça açucar

O corpo pede-me descanso,
nem por isso a vida,
uma cor de arranjo,
tirar um tiquê de ida.

aguça a acidez
aguça faltar
o doce teu açucar

Aperta de novo,
o vazio da tua falta,
grita o beijo no pescoço,
vazia a casa, a alma.

aguça a acidez
aguça faltar
o doce teu açucar

Uma cor para mais cores,
mais alegrias para menos dores,
que se aguçam na tempestade
de ter de ser, porque te amo.


Psicologia depressa

Psicologia... depressa,
deixa os números,
olha o corpo e o ser,
vai aprender!

Aprender sem pensar
tem der ser
pensar para aprender
pouco sumo, muito ar...

Fisioterapia... depressa,
deixa os ossos,
olha o corpo e o ser,
depressa para ninguém morrer ninguém.

Aprender sem pensar
tem der ser
pensar para aprender
pouco sumo, muito ar..."

És a minha pessoa mais especial.
Amo-te.
És a minha vida.
Tua.