24.2.07

Março...Maio...

Joana sentia-se cada vez, mais apaixonada; amava Diogo e essa certeza tranquilizava-a; não tinha medo de o amar, de o amar assim, e as palavras corriam soltas ao ritmo daquela ternura que a envolvia:
“Amarmo-nos é um caminho longo e nem sempre fácil, passando por pedras aguçadas que nos feriram doces sentimentos, chegamos à maravilhosa descoberta de nos atirarmos, sem medo, no abismo de nos amarmos sem limites. Quero-te sempre assim, sem nada nem ninguém entre nós…Porque amar-te é sentir-te no vento, no mar, numa gota de água presa em pétalas de roda. Amar-te é querer-te a cada instante sabendo que para nós existe apenas a eternidade.” – Joana escreveu aquelas palavras e enviou-as a Diogo num SMS imaginando o seu sorriso ao lê-las ao sair do avião.

17.2.07

Sonhos...Juntos...

Joana não conseguia entender o que se estava a passar com ela, sentia-se a pairar entre nada e coisa nenhuma…
Tinha mais do que razões suficientes para se sentir calma e tranquila, tudo podia finalmente começar a correr bem, mas aquela incerteza ainda a atormentava. Naquela noite tinha sonhado com viagens, apenas conseguia ver malas, sacos de roupa, caixas de livros e mais malas…Seria mesmo aquilo uma viagem? Joana sentia-se a procurar no fundo dos seus pensamentos a explicação para aquele sonho…Diogo estava lá também, conseguia vê-lo claramente, estava feliz e tranquilo, viu um beijo, estavam abraçados, estavam juntos…
Sabia que a angústia que sentia estava prestar a terminar, toda aquela incerteza estava quase a terminar e aproximava-se rapidamente uma nova mudança…
Joana desejava com o início, ou reinício da sua vida, melhor dizendo com uma nova etapa na sua vida; sentia-se realizada, adorava a profissão que tinha, começava a colher alguns frutos, amava Diogo e estava incrivelmente feliz, feliz como nunca tinha sido…Desejava agora a mudança de casa, sabia que tinha que ter paciência, desejava que cada pormenor fosse como tanto tinha desejado, sabia que estava cada vez mais perto desse momento e vivia essa espera com excitação e ansiedade, o mais importante era a presença de Diogo em cada momento da sua vida…

10.2.07

Segredos

Joana tinha aprendido a defender-se do exterior com todas as suas forças, sabia que ao se expor demais, ao se entregar apaixonadamente ao que fazia estava a abrir caminho para que a magoassem. Sabia que o passo seguinte era fechar-se no seu mundo e curar as feridas que a sua entrega e ingenuidade lhe causavam.
Tinha tido uma vida feliz até agora, sabia isso, nunca lhe tinha faltado nada e sabia-se rodeada de pessoas que lhe queriam bem, mas todas elas demasiado distantes ou demasiado envolvidas para a poderem compreender realmente; tantas vezes se sentira diferente, estranha…
A noite anterior tinha sido muito importante para ela, sabia que mais tarde ou mais cedo tinha que acabar por se mostrar a Diogo. Não se sentia bem em dizer “Amo-te” sem confiar nele, se que ele a conhecesse realmente. Amar para ela significava confiar, respeitar, aceitar…Então tinha que dar o primeiro passo e confiar em Diogo. E aquela reacção dele tão calma, sem espanto ou vergonha tinha-a tranquilizado…Sentia que aquela serenidade a tinha invadido para sempre; sentia-se mais leve e o sorriso surgia espontaneamente, puro e sincero…
“Agora sim posso dizer que te amo porque agora confio em ti…” – pensou Joana enquanto se imaginou a passear com Diogo no mundo de que ele falava com tanta ternura...
“Quero conhecer o mar da cor dos meus olhos…”