10.2.07

Segredos

Joana tinha aprendido a defender-se do exterior com todas as suas forças, sabia que ao se expor demais, ao se entregar apaixonadamente ao que fazia estava a abrir caminho para que a magoassem. Sabia que o passo seguinte era fechar-se no seu mundo e curar as feridas que a sua entrega e ingenuidade lhe causavam.
Tinha tido uma vida feliz até agora, sabia isso, nunca lhe tinha faltado nada e sabia-se rodeada de pessoas que lhe queriam bem, mas todas elas demasiado distantes ou demasiado envolvidas para a poderem compreender realmente; tantas vezes se sentira diferente, estranha…
A noite anterior tinha sido muito importante para ela, sabia que mais tarde ou mais cedo tinha que acabar por se mostrar a Diogo. Não se sentia bem em dizer “Amo-te” sem confiar nele, se que ele a conhecesse realmente. Amar para ela significava confiar, respeitar, aceitar…Então tinha que dar o primeiro passo e confiar em Diogo. E aquela reacção dele tão calma, sem espanto ou vergonha tinha-a tranquilizado…Sentia que aquela serenidade a tinha invadido para sempre; sentia-se mais leve e o sorriso surgia espontaneamente, puro e sincero…
“Agora sim posso dizer que te amo porque agora confio em ti…” – pensou Joana enquanto se imaginou a passear com Diogo no mundo de que ele falava com tanta ternura...
“Quero conhecer o mar da cor dos meus olhos…”

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