27.12.06

A nossa história

Adoro-te meu doce.
Estou muito feliz.
Fazes-me muito feliz.
Fizeste-me muito feliz. A maneira como me tocaste foi maravilhosa. Adoro-te. Quero-te. Sempre e para sempre. Estarei sempre contigo.

16.12.06

E já Nao posso mesmo usar calças com buracos... II

"Diogo, gostei tanto de te ver hoje, mesmo assim só um bocadinho. Gosto tanto de estar perto de ti. Os últimos dias mostraram-me que gosto de ti muito mais do que pensava gostar; muito mais do que queria gostar. É tudo tão estranho. A minha cabeça parece um novelo, se por um lado acho que me devo afastar para não te causar ainda mais problemas, por outro lado tenho cada vez mais vontade de estar perto de ti, de estar contigo. Não estou nada confusa em relação ao que sinto por ti e ao que desejo para nós. Se às vezes te afasto e te digo que desisto é porque não me sinto com forças para aguentar muito mais; custa tanto imaginar-te com ela. Sinto-me egoísta quando te quero tanto comigo, desculpa. Só queria que soubesses isto, gosto de ti e queria ter-te comigo." - Joana acabou de escrever e desejou "aquele" beijo com todas as suas forças.

12.12.06

E já não posso mesmo usar calças com buracos...

“E para começar, só vou gostar de quem gosta de mim, chega de impossíveis. Quero alguém que também me queira; que me posso abraçar, a quem eu possa sorrir despreocupadamente. Quero alguém que possa como eu viver esta magnifica descoberta de se estar vivo a cada dia que passa. Quero alguém com quem possa tomar café ao sábado depois de almoço. Quero alguém a quem eu possa pedir festinhas no cabelo. Quero alguém que eu possa querer. Nunca vou desistir de ser feliz, mas vou lutar por quem lutar por mim” – Pensou Joana ao mesmo tempo que tinha a certeza que o seu avô estaria, naquele momento, a sorrir para a primeira psicóloga da família.
(continua)

8.12.06

Será que ainda posso usar calças com buracos?! XVII

Mal acabou de almoçar, Joana correu para o computador, tinha que escrever tudo aquilo que estava a sentir. Aquela tranquilidade estava a envolvê-la e estava a fazê-la sorrir, mas aquelas palavras de Diogo que denunciavam insegurança, dúvida, confusão e medo estavam a preocupá-la e a deixá-la assustada. Tinha que fazer algo para o confortar. Apesar das palavras precipitadas, tinha sido tão sincero que merecia as respostas de que tanto estava a precisar…
“Diogo, não tenho palavras para te explicar aquilo que senti quando estivemos juntos, esta manhã, longe do teu mundo. Senti-me muito mais segura, no meu espaço tudo me pareceu mais claro e um pouco menos complicado; em ti tive o efeito contrário, deixou-te tenso e ansioso, mas eu estava a precisar de te ter um bocadinho no meu mundo. Obrigada.
Não, não te vou voltar as costas. Nem agora nem nunca. Independentemente de qual for a tua decisão, com a minha amizade podes sempre contar. Podes ter a certeza disso.
Em relação ao que penso de ti, é muito simples. Gosto de ti, apesar de saber que tudo isto pode não estar a ser a coisa mais certa do mundo. Confio em ti. Sei que tu vais tomar a decisão certa. Vou entender-te e apoiar-te seja qual for a tua decisão.
Dizes-me que não tens com quem desabafar tudo isto…Diz-me, existe alguém melhor para falares disto do que comigo?! Afinal tudo isto nos implica de igual forma. E não, nenhum de nós é culpado. Tu não és o maior culpado. Tu não querias que isto acontecesse. Eu não queria que isto acontecesse. Tão pouco a Filipa queria que isto acontecesse. Mas aconteceu e não podemos fingir que não. Tu tens uma decisão para tomar, por mais cruel que isto pareça. Tenho plena noção de que a tua decisão vai acabar por magoar alguém. Mas por favor, não penses em mim ou na Filipa nem no que uma de nós pode vir a sofrer com isto. Pensa em ti. Naquilo que a ti te vai fazer feliz. Não penses nos problemas que a tua decisão te vai trazer, seja ela qual for. Isso resolve-se depois. Pensa em ti, no que te pode fazer mais feliz, em quem te pode fazer mais feliz, com quem tu queres estar. O resto pensa-se depois.
Dizes precisar de saber o que eu penso em relação a nós e a tudo isto. Então…Acho que tudo isto pode ser muito mais do que poesia e do que sonhos. Pode ser real. Gostava que fosse real. Quero que seja real. Gostava de fazer tudo aquilo que já sonhámos juntos. Gostava de transformar cada sonho em realidade. Mas como te digo, isso pensa-se depois.
Não precisas de estar tão inseguro. Perguntaste-me uma vez se eu ia esperar que decidisses. Disse-te que sim. E aqui estou. Não te voltei as costas. Terás o tempo que precisares para pensares no que é melhor para ti, em quem tu queres contigo. Gostava sinceramente de ter eu também um pouco mais de tempo. Conheces tão pouco de mim. Não gostava que decidisses assim. Acho que tens que me conhecer um pouco melhor. Devíamos ter mais momentos como o de hoje. Não vamos falar de trabalho nem de problemas. Vamos aproveitar o tempo que temos juntos para nos conhecermos, sem pensarmos muito nesta situação ou naquilo que vais decidir. Acho que se for assim vai facilitar a tua decisão.
Diogo, não acho que tu me vês como uma bonequinha que metes no armário à espera. Não penso assim, disse aquilo porque estava triste, às vezes custa-me tanto saber que de ti só tenho sonhos e que a tua realidade não é minha. Custa-me pensar que a Filipa tem tudo de ti e que eu não tenho nada. Custa-me pensar em quando estás com ela…Era comigo que eu queria que estivesses...
(continua)

5.12.06

Será que ainda posso usar calças com buracos?! XVI

Quando aquela amiga lhe perguntou, sem saber da história deles: “Atão o Diogo e a Filipa já devem estar a casar, certo?!” – Joana ficou calada, sem saber o que dizer. Aquela pergunta puxou-a para a realidade com tal intensidade que se sentiu incapaz de regressar ao sonho.
- “Diogo, isto é a maior loucura da minha vida, não consigo parar de pensar em ti. Acredita que não queria gostar de ti, mas e agora vou fazer o quê?! Aquilo hoje de te deixar no quadro aquele bocadinho da letra da música e tu afinal já a andares a ouvir, deixou-me fascinada. Não imaginava que isto acontecesse. Estou a sonhar?! Sim! E queria não ter que acordar!” – Pensou Joana ao mesmo tempo que os olhos estavam colados à capa do livro que tinha que ler com urgência: “Estratégias Práticas para a Intervenção Precoce Centrada na Família”.
Aquele fim de tarde tinha sido doce. Aquele Outono estava, sem dúvida, a protegê-los; trazia a chuva para os envolver; abraçava-os com aquele frio. Quando entrou na sala, chateada e Diogo a puxou para perto dele agarrando-lhe na mão, Joana sentiu os joelhos a tremer e desejou que não estivessem ali.
Mais tarde, quando saíram do trabalho, Diogo seguia no carro à sua frente. De repente viu-o virar bruscamente para a direita; olhou para a estrada e viu um gato mesmo em frente das rodas do carro, virou também para a direita. Encostou. Estava a tremer. Quando Diogo saiu do carro e veio em direcção dela, ainda pensava em como poderia ter atropelado o gato. Estava assustada. O toque dele na sua mão e mais um beijo na testa. Seguiu para casa.
- “Boa! Agora também temos gatos na nossa história! Não posso mais continuar a ler aquele “blog”, aquelas palavras parecem as minhas, demasiadas semelhanças comigo, contigo, e agora isto do gato?!! – Pensou Joana enquanto seguia pela Via do Infante.
Quando estava em casa foi recebendo mensagens no telemóvel. Consecutivas. Era Margarida, estava triste, magoada e desiludida com a vida, com os homens, como ela mesmo dizia. Joana procurou acalmá-la, gostava muito dela, sempre tivera aquela dificuldade em confiar nas pessoas e fazer amizades, mas agora tinha sido diferente, sentia-a como uma amiga.
“Margarida, estou aqui. Não me vou embora. Prometo.” – disse, na tentativa de a acalmar. E decidiu que ia cumprir aquela promessa, custasse o que custasse. Decidiu não ir embora. Por ela mesma. Por Margarida. Por Diogo. Joana tomou aquela decisão com tal determinação que nem pensou nas consequências que aquilo poderia trazer. Lembrou-se então de Filipa. E de Inês. Chegou à conclusão que as razões que tinha para ficar eram muito mais válidas que as que tinha para ir embora.
(continua)

3.12.06

Será que ainda posso usar calças com buracos?! XV

Sentia-se perdida. Não estava a entender nada. No dia anterior Diogo tinha sido tão doce, tão carinhoso quando falaram. Tinha acordado logo de manhã com um telefonema. Estava com saudades. Tinha sido bom ouvi-lo logo de manhã.
Agora Joana estava com aquele estranha sensação no peito. Sentia falta de Diogo, ao mesmo tempo que começava a acreditar que tinha de o esquecer.
Se no dia anterior lhe tinha parecido ser possível ficar tudo bem, agora sentia-se incapaz de aguentar aquela pressão que estava a sentir. Começava a desenhar-se, aos seus olhos, um cenário provável: Diogo continuaria tal como estava; ela não teria outro remédio a não ser esquecê-lo, obrigada pela força das circunstâncias, incapaz de lutar sozinha por algo que lhe parecia cada vez mais impossível.
Seria aquela a solução?! Filipa sabia já da existência dela, mesmo que tudo continuasse como estava, Joana seria sempre um fantasma, uma dúvida. Não era definitivamente esse o papel que desejava ocupar na vida de Diogo. Não era aquele o papel que queria que Diogo ocupasse na vida dela.
E se Diogo tivesse força, determinação, coragem ou vontade suficiente para deixar o passado no passado, seria essa a solução?! Poderiam eles ficar juntos?! Tudo estava demasiado confuso para Joana. Sentia-se egoísta naquele momento: queria ter Diogo ali com ela. Pensava em Filipa e em como tudo aquilo devia ser complicado para ela, saber que eles eram colegas, ver toda uma história construída em conjunto, abalada como um castelo de cartas por uma desconhecida que tinha chegado do nada e tinha sido capaz de levantar tantas dúvidas. Cada vez que pensava em Filipa sentia-se culpada. Pensou então em Diogo. Não devia ser fácil para ele, ter uma vida organizada, uma família, um mundo. E de repente ver-se envolvido em toda aquela história. Poderia acontecer não ficar bem como Filipa nem com Joana. Tinha muito a perder, fosse qual fosse a sua opção. Joana sentia claramente o quanto aquilo estava a ser complicado para ele. Mas ela não o tinha pressionado a nada. Ele estava tão envolvido quanto ela. Eram ambos culpados sem culpa nenhuma. Tinha acontecido.
Estava triste. Sentia-se mal por estar a ser tão egoísta, por querer Diogo ali com ela. Não era fácil para ela. Tinha lutado contra os seus próprios sentimentos durante muito tempo, custara-lhe muito a admitir que gostava dele. Agora via-se ali sozinha, pensando nele, enquanto o sabia junto a Filipa. Não sabia até quando iria aguentar: - “Tenho que te esquecer Diogo. Vou ter que quebrar esta magia e sair do sonho. Já que não podemos ser todos felizes, então pelo menos, não seremos todos infelizes. Mas gosto muito de ti…” – pensou Joana enquanto recordou, mais uma vez, um beijo colado com fita-cola, dado por Diogo, num daqueles dias.