3.12.09

Que bom que é quando o mundo fica a conhecer-te, meu amor!

Desculpa, meu amor.
Antes, todos os dias escrevia para ti. Desde que nos separávamos até estar ao computador a escrever para ti eram apenas cerca de vinte minutos que passavam...Lembras-te? Durante meses bati records e fiz o caminho entre Albufeira e Faro em 17 minutos. Saía de ao pé de ti ao final do dia de trabalho e corria para o computador, em casa para escrever aquelas que prometi serem as mais belas declarações de amor...
No blog, no Msn, por Sms. Foram noites sem dormir. Foram promessas escritas centenas de vezes. Escrevemos. Foi um período de espera. Esperámos. Foram momentos de angústia e dor. Sofremos. Foram dias e meses de críticas e de censuras. Aguentámos. Foram épocas de ter que tomar grandes decisões. Assumimos. Foi uma vida em conjunto que tivemos que aprender a construir. Eu apertei casacos e calças e saias e vestidos e camisas num armário minúsculo. Foi um ano de grandes batalhas. Eu aprendi a cozinhar e tudo derrubaste todos os meus medos.
Depois foste embora. Tinhas o sonho da tua vida por cumprir. Voltaste à escola. As pessoas acharam que estavas doido. Estavas a trabalhar e já tinhas um curso superior. Eu chorei, inconsolavelmente e pensei que não voltavas mas levei-te lá.
Durante dois anos fizemos duas viagens por semana. Albufeira e Setúbal. Setúbal e Albufeira. Comboios sujos e frios. Estradas vazias e escuras. Prometemos que nunca estaríamos um fim-de-semana longe um do outro. Cumprimos.
No topo do mundo, no meu sítio preferido, jurámos que seria para sempre e decidimos casar.
Desejei uma casa maior, outro conforto. Mudámos e agora temos um lar.
Os preparativos do casamento fluiram livremente.
O dia 22 de Agosto chegou.
Eu, uma pilha de nervos constante, estava tranquila. Mudámos pneus. Tomámos pequeno-almoço juntos, fizémos a ronda pelos cabeleireiros.
E chegou finalmente o momento:
Tu, vestido de preto. Um fato de seda, de barba. Sem gravata. Estranho para os outros. Para mim o homem mais lindo e maravilhoso. O meu modelo de beleza e sensualidade.
Eu, de cabelos pela cintura, soltos. Um vestido de seda, cai-cai, creme, liso, sem aplicações. Uns sapatos que descalcei logo após a cerimónia.
Sem igreja. Apenas um fantástico aldeamento com vista para o mar. Na relva. Ao final da tarde. Com um fantástico sol a aquecer os nossos corações. Escrevemos um para o outros. Foram esses os nossos votos matrimoniais.
Trocámos prendas entre nós. Tu alimentaste o meu vício, a minha paixão de consumo, relógios.
Eu levei-te a Paris. Porquê Paris? Isso jamais esqueceremos: 18 de Outubro de 2006. Estivemos em Paris, em imaginação e soubemos, em silêncio, que seria para Sempre.
Meu amor, temos na nossa perna esquerda, tatuada em árabe a frase: "Não digas a ninguém". Afinal as alianças podem ser tiradas.
"Não digas a ninguém" tatuado numa perna? Para os outros não faz sentido. Para nós, mais do que um filme francês é um lema de vida.
Quando dizemos aos outros que somos felizes, os outros invejam-nos. Temos dois ouvidos e uma boca porque algumas coisas devem ser guardadas apenas para nós.
Já não tenho medo de maus preságios e da inveja alheia.
As pessoas más só nos fazem mal na medida certa em que nós permitimos que isso aconteça.
Não digas a ninguém que daremos a vida um ao outro se preciso. Não digas a ninguém que os teus segredos são meus e os meus são teus. Não digas a ninguém que as tuas vitórias são as minhas e que daqui a um ano não serás Fisioterapeuta, seremos Fisioterapeutas.
Não digas a ninguém que o nosso amor nos fez quebrar todas as barreiras, nos fez casar, nos fez criar uma empresa, nos fez construir o nosso próprio emprego, nos faz querer ser pais.
Não digas a ninguém: Dizemo-lo ao mundo.
Juntos somos mais.

3 comentários:

pó de arroz disse...

Fizeste-me chorar...lindo!

Marisa Góis disse...

Convido-te a visitar o meu blog de acessórios e bijuteria. Espero que gostes e voltes mais vezes.
Beijinhos.
♥Marisa♥

Este Blogue precisa de um nome disse...

BRUTAL...