13.1.07

A nossa história II

Agora que tinha Diogo perto dela, Joana pensou que tinha deixado de fazer sentido continuar a escrever no blog. Afinal aquela tinha deixado de ser uma história impossível, uma história feita de sonhos e de desejos escondidos para passar a ser real. Mas quando Diogo a abraçou e lhe perguntou se ia continuar a escrever, dizendo que gostava de continuar a ler a história deles, achou que seria engraçado continuar a escrever. Se continuassem juntos e um dia tivessem filhos poderiam ler-lhes aquela história para os adormecer…
Joana desejou transformar em palavras todas aquelas sensações que sentia perto de Diogo. Não existia uma palavra que descrevesse o toque dele na sua pele, no seu corpo. Mesmo antes de o ter beijado já imaginava o prazer que sentiria ao toque dos seus lábios. Mas aquele momento tinha realmente ultrapassado todas as suas expectativas. Aquele beijo tinha sido doce e intenso. Tranquilizante e envolvente. Tinha sido o sonho tornado realidade. Aquele beijo tinha mesmo sido “aquele” beijo.
O toque envolvente e firme de Diogo fazia-a sentir-se protegida. A pele macia no seu corpo. As suas mãos pareciam conhecer cada parte do seu corpo. Desejava-o.
Diogo depressa a fez esquecer todas as suas inseguranças. Sentiu-se dele. Sentiu-se desejada como pensou nunca ter sido.
Perdida nos braços de Diogo sentia um misto de prazer e de ternura que jamais tinha sentido anteriormente. Estava apaixonada e estava feliz.
Os últimos dias tinham sido muito difíceis, Joana sentia-se exausta. Aquele cansaço físico que se misturava com a saturação do trabalho e com a pressão emocional, estavam a deixá-la esgotada.
Tinha os olhos cheios de lágrimas. Procurava não pensar no que tinha acontecido naquela noite. Diogo tinha-lhe prometido que não ia hesitar mais e ela tinha decido esquecer aquele episódio que podia destruir aquela relação que estava ainda tão no início. Mas agora, naquele fim de tarde, ali sozinha deixou-se cair numa melancolia que a levou para as palavras de Diogo: “Ontem pedi à Filipa para voltar…”. Como era possível que ele tivesse feito aquilo; ela gostava tanto dele, tinha acreditado na realidade de todos os sonhos e afinal ele tinha hesitado sobre uma relação que Joana pensava estar mesmo terminada. Quando Diogo lhe disse aquilo sentiu-se invadida por uma raiva incontrolável, afinal tinha esperado todo aquele tempo, gostava tanto dele; compreendia toda a confusão em que estava a cabeça dele, tinham sido mudanças demasiado bruscas e não se deixa assim uma relação de tanto tempo. Estava triste, tinha medo que Diogo não gostasse o suficiente dela e acabasse por voltar para Filipa. Sabia que tinha que lhe mostrar o quanto gostava dele, o quanto queria ficar com ele, o quanto o desejava, o quanto o queria fazer feliz…
Ouvia aquela música e o medo de perder Diogo aumentava a cada frase: “Agarra-me esta noite que amanhã não estou aqui…”. Precisava mesmo de estar com ele, estava cheia de saudades, sentia falta do seu toque, dos seus beijos, do seu cheiro. Estava muito apaixonada e estava muito feliz por isso. Diogo era especial; era o “tal”. Lembrou-se de procurar as estrelinhas a brilhar por cima do ombro esquerdo dele, na próxima vez que estivessem juntos…
Pegou no telemóvel e escreveu para Diogo: “Adoro-te, não me tires a oportunidade de te amar…”.
Porque é que os fins-de-semana têm de ser tão complicados?! Porque é que tudo tem que ser tão complicado?! Será que sou eu que sou complicada?! – pensou Joana depois de ter falado com Margarida ao telemóvel.
Joana estava realmente muito apaixonada por Diogo. Tinha aquela certeza dentro dela. Adorava-o. Queria conseguir amá-lo um dia; mas aquela relação era complicada, deixava Joana insegura e por mais que tentasse esquecer sabia que o episódio da semana passada entre Diogo e Filipa a tinha deixado insegura. Estava diferente, sentia-se diferente e via aquela relação de uma forma diferente. Antes estava apaixonada e pensava que isso chegava. Agora queria mais, muito mais. Estaria Diogo disposto a entendê-la e aceitá-la assim?!

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