29.11.06

Estrelinha

Joana estava ansiosa. Estava finalmente a acabar a 6ª versão da sua monografia de final de curso. Ia imprimindo aos poucos, para não ceder ao impluso de mudar mais umas coisinhas. Estava ansiosa. Cansada. Tinha ficado em casa para se conseguir concentrar e para trabalhar tranquilamente. Enquanto pensava em "períodos críticos e periodos sensíveis do desenvolvimento" sentiu todos os seus pensamentos invadidos pela imagem de Diogo. Gostava tanto de o ter por perto. Lembrou-se que no dia seguinte quando estivessem juntos, ela já tinha entregue tudo aquilo. Sorriu. Escreveu umas palavras para ele, que deixou no blog e continuou a trabalhar:
“Quem me dera encontrar as palavras certas...Que vil ironia a minha, se existissem palavras certas não seria sonho mas sim realidade. Esgotada de procurar o limite transparente e intocável entre o ter e o desejar, rendo-me completamente à certeza de ser magnífico como o pôr-do-sol ou o arco-íris; doce como o olhar tranquilo de uma criança, quente como o sol, já não esperado, que me bate no rosto; envolvente como o mar para onde me perco a olhar, só porque te vejo nele; assustador como a trovoada me que encolhe na cama e não me deixa dormir; apaixonante como a poesia que não consigo deixar de ler; excitante como este beijo que me queima os lábios desejando encontrar os teus; intenso como o toque da tua mão na minha; perfeito como o momento em que as letras se uniram aos meus olhos para me disseres que gostas muito de mim, tanto como eu gosto de ti e verdadeiro, tão verdadeiro como estes momentos em que me olhas como só a ti permito olhar e que duram a eternidade de instantes.”

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