17.9.07

Sente-se.

Amor...
Não sei porque te estou a escrever. Talvez porque a solidão me entristece e só as palavras me acalmam, ou talvez seja porque o fim de uma das etapas mais importantes da nossa vida está a chegar, o ciclo termina e a porta das facilidades está lentamente a fechar-se...Mas secalhar não é por nada disto que eu te estou a escrever, sei lá.
Estou assustada com tudo.
Está tudo bem agora, eu sei. Penso que ao fim de nove meses, atingimos finalmente aquilo a que eu chamo de felicidade. Uma relação de confiança, respeito, honestidade, partilha, carinho, dedicação, amor...Talvez seja esta a forma que encontrei de te dizer que reconheço tudo aquilo que tens feito por nós, as coisas das quais abdicaste por mim, a paciência infindável que tens comigo e acima de tudo o respeito…
Neste momento não consigo encontrar nada de muito errado no nosso namoro e estou feliz. Mas eu não sei ser feliz, quantas vezes já falámos disto?! Tenho medo e estou assustada...Não encontro nada de errado e tenho medo de ser eu a errar...Tu quebraste todas as minhas barreiras e consegues ver para além do que algum dia desejei mostrar-te…Sinto-me frágil por conheceres já tudo de mim, sinto que já não tenho nada de novo para te dar e tenho medo que te canses de tudo isto que já conheces...No entanto, neste momento amo-te como nunca te amei, amo-te como nunca havia amado ninguém...Tenho vindo a aprender que o amor é esta sensação que fica em mim quando faço alguma coisa nova, por ti ou contigo, que nunca tinha tido sequer coragem de imaginar...Seria capaz de tudo pelo teu sorriso, independentemente de estares perto ou longe de mim. Tenho aprendido também que amar-te é possível mesmo sem estar perto de ti, pois sei que irei continuar a amar-te se estiver longe de ti, porque o teu amor encheu o meu coração de esperança e de coragem...
Penso muitas vezes, sem a mínima sombra de rancor, que poderias ser mais feliz sem mim, longe, livre...As feridas da vida e de um passado do qual não gosto, deixaram em mim grandes vazios que o teu amor me ensinou a preencher...Espero que entendas que não desejo isso, mas tudo aquilo que já perdi fez-me reagir a cada rejeição, a cada falta de carinho com silêncio. Até agora nunca havia aprendido a amar.
A tua liberdade já não me aflige pois sei que continuarei a amar-te e o prazer que sinto por te amar é o suficiente para sustentar a minha felicidade.
Algumas vezes fico a olhar para ti enquanto dormes e tenho vontade de congelar esses momentos e de ir embora, de fugir, de ser cobarde e deixar tudo para trás, para não ter um dia de experimentar a dor de te perder...O que mais desejo é conseguir ter forças para continuar a viver um dia de cada vez, a tornar os nossos sonhos realidade e a ver-te sorrir, a deixar o nosso amar crescer e fortificar-se...
Não sei se te lembras, mas só quero que saibas que são os nossos sonhos que me fazem sorrir só de lembrar e espero conseguir resistir ao medo até lá. Mas, se não conseguir e se fugir entretanto, quero que saibas que o meu amor acompanhar-te-á sempre, faz disso a tua certeza.
Tua.

1 comentário:

Anónimo disse...

Simplesmente lindo! Como reconheço todos os sentimentos que neste texto estão expressos...como percebo a aflição e desespero que podem ser encontradas nestas linhas. Mas adorei, uma leitura acolhedora, que fez com que eu me sentisse "menos só" no recanto dos meus sentimentos.Parabéns! =D